categorias: Moda e arte

O comércio da Chanel e outras coisinhas..

Enquanto o Brasil respirava carnaval, lá fora se respirava moda. Primeiro, veio o inverno 2014 da Moschino com um desfile todo inspirado no fast food MC Donald’s, animado com cores fortes e com peças prontas para vender. Foi ousado e mostrou que a moda de hoje tá mais para o comercial que para o conceitual. Depois veio a Chanel, fazendo com que a ficha dos consumidores caíssem de vez: a moda realmente assumiu seu caráter comercial e as high brands estão cada vez mais populares. Voltamos para a realidade.

Chanel Shopping CenterKarl Lagerfeld transformou – literalmente – a passarela em um supermercado (mensagens subliminares pra quê?), denominado de Chanel Shopping Center. Bebidas alcoólicas, queijos, frutas etc, tudo com selo Chanel. Para completar o tapa na cara: Rihanna entra na passarela e finaliza o desfile. Compras pra lá, compras pra lá e modelos como Cara Delevingne  e Kendall Jenner também foram as grandes estrelas da noite no Grand Palais.

RIRI

As peças, como sempre, usáveis, cheio de vestidos de mulheres lindos. O toque esporte-casual tomou conta dessa coleção Inverno 2014. Recortes diferenciados, silhueta mais confortável, cores alegres e formas ampliadas (olha aí o conforto novamente) entraram de cabeça. A imagem é mais jovial, interessante e tenta mostrar que a mulher de hoje é mais ‘largadona’, hype e dinâmica. Coloca ‘Man Down’ da Rihanna no último voluma e confira o desfile completo da marca. Pegue já seu carrinho e vamos às compras!

Não sei você, mas nós já fizemos uma listinha de acessórios que já queremos pra já! (Sonho meu…) Inclusive, até aqueles sneakers de cano alto (meio estranho, né?) entraram nela. Achamos exóticos e pode resultar em uma combinação incrível (ou não) – mesmo não sendo tão usável. Enfim, deixe sua opinião!

Detalhes

Nesse meio de Carnaval , o blog está completou 4 anos de existência. Gostaríamos de agradecer a cada um de vocês que compartilham nosso conteúdo, comenta nossas postagens e interagem diariamente contribuindo com o nosso crescimento. Para a data não passar em branco, listamos os três posts mais lidos da nossa história. É sempre bom relembrar, né?! Confira:

retrospectiva

1. Britney Spears: O look mais lindo da premiação de ontem?

2. Uma combinação que não deu certo.

3. 5 dicas esquisitas, mas que funcionam na hora de se maquiar

 Fotos: Style

categorias: Dança Moda Moda e arte

UMA: um espetáculo em desfile.

UMAUOU…faz tempo que não tenho uma pauta tão minha cara, explico….Ontem como contei aqui para vocês fui conferir o primeiro dia de desfile do SPFW, assisti ANIMALE(lindo) e UMA  este último fez meus olhos brilharem como a muito tempo não acontecia. A identificação pessoal foi imediata, por diversos fatores, um deles foi que Raquel mergulhou no universo da dança para trazer movimento a sua uma coleção. Outro que foi que além de trazer a dança para a roupa, ela estava na passarela, com os bailarinos e a equipe da São Paulo Companhia de Dança(SPCD). Cia que tenho um carinho enorme, pela  pessoas que fazem parte dela em especial Marcela Benvegnu e Inês Bogéa, e pelo trabalho que ela realiza(pra quem não fui pesquisadora convidada da Companhia). 

uma umaMas voltemos ao desfile(o raio do foco, que perco rs) conversei com a Raquel(estilista) e com o Rafael Gomes (coreógrafo do desfile e bailarino da SPCD), e com a Inês  Bogéa, e fiz algumas perguntas. Vamos a elas..

UMAAlfinetes de Morango: Raquel, para criar a coleção o que veio primeiro a roupa ou a dança? 

Raquel Davidowicz: Primeiro veio a ideia de criar uma coleção urbana, com a ideia de trazer o comportamento autêntico das ruas.  Em 2008, assinei o figurino da obra de Paulo Caldas, Entreato, e desde então tenho vontade de fazer outras coisas com a cia. Há três semanas atrás, liguei para Inês(Diretora artística da SPCD)s e propus que os bailarinos participasse do desfile, apresentando as roupas pela dança. A Inês topou e começamos a criar como seria. Foi completa a sinergia entre as peças da coleção e os bailarinos. O processo todo fluiu muito bem, muito trabalho e a cada ensaio nos tornávamos um coletivo.

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Alfinetes de Morango: Você fez alguma adaptação nas roupas para que ela pudesse “servir” aos bailarinos.

Raquel Davidowicz: Não,  a unica coisa que mudei foi os sapatos, adaptando um coturno a um calçado mais flexível.

Inês, qual foi a ideia para concepção dessa coreografia?

Ines Bogéa: A coreografia foi dividida em três partes, brincando com as cores da roupa e com momentos.A ideia foi dar movimento as peças, para a movimentação trouxemos algumas referências da ruas, como as toucas, gestual com  mãos (espetadas) que representam os cílios posticos de travestis, coturnos que desenham no espaço esse caminho das ruas. Nesse sentido a  roupa é uma pele social que une a moda com o mundo da dança.

Alfinetes de Morango:Rafael, me conta um pouco desse processo…

Rafael Gomes: Para criação dessa coreografia tivemos parceria com Hisato(DJ) que fez uma trilha que desse vida ao desfile. Minhas referências foram o pós punk, em uma ideia que somos seres da solitários andando pelo baixo Augusta. E que ao mesmo tempo em que estamos com o todo, estamos sozinhos. Na noite é mais ou menos assim que funciona.

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Ainda estou em êxtase, porque já tivemos aqui no Brasil, desfiles que trouxesse a dança, mas não havia visto ainda essa união maravilhosa entre dança e moda. Esse blog começou com essa ideia de trazer um pouco de arte, dança e moda com uma linguagem que alcançasse um público maior. A ideia de descomplicar e aproximar a dança do grande público, vem sendo uma das minhas grandes preocupações enquanto pesquisadora de dança.

uma 8Tomara que esse seja um pontapé para que as relações entre moda e dança, dança e moda se estreitem cada vez mais. E que possamos ver traduzido em desfiles e espetáculos essa sinergia, que Raquel Davidowicz, tão bem traduziu em seu desfile. Preciso dizer que foi emocionante  um êxtase para meus olhos de dançarina e admirado da moda…

fotos: Agência fotosite e Alfinetes de Morango.